AMAMSUL cria a Diretoria da Mulher Magistrada
Na data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Diário da Justiça traz publicada a Portaria nº 01/20019, assinada pelo presidente da AMAMSUL, Eduardo Siravegna, que cria a Diretoria da Mulher Magistrada e nomeia a associada Maria Isabel de Matos Rocha para exercer o cargo de diretora.
Questionada sobre as novas responsabilidades, ela explicou que aceitou o desafio de estar à frente da nova diretoria porque acredita que a Amamsul pode ter papel relevante para promover a equidade de gênero no âmbito associativo, pois tem instrumentos para valorizar a participação e a colaboração de cada associada e associado nos processos e áreas de tomada de decisões associativas.
“O fato de a AMAMSUL criar esta diretoria é prova de que reconhece a histórica menor participação feminina em espaços de decisão, inclusive no âmbito da magistratura, e reconhece a relevância daquele objetivo de equidade. Com tal iniciativa, aposta-se em que uma diretoria, com especial atuação no sentido de valorizar as mulheres associadas, pode contribuir para aperfeiçoar sua realização humana e profissional, pela maior oportunidade de integrarem processos de participação e decisão em nosso meio associativo”, explica a desembargadora aposentada.
No entender de Maria Isabel, estes objetivos não são algo simples de se alcançar e essa vontade de realizá-los, e a coragem para assumir esse papel, demandam coragem e pioneirismo. “E isso o atual presidente está demonstrando com essa iniciativa”, completa.
A magistrada ressalta que a decisão é inovadora, em sede de associações de magistrados, e confessou sentir-se orgulhosa e feliz por poder colaborar trabalhando para esse objetivo. Ela reconhece que os obstáculos serão muitos e lembra do grande Carlos Drummond de Andrade ao mencionar o que fará com as pedras que encontrar pelo caminho.
“Ora, dizia o poeta, ‘eu vou guardar todas para um dia construir um castelo...’ ou muitas pontes para chegar a um local de mais plenitude. O maior obstáculo é o medo, nosso inimigo mais íntimo, e esse eu não tenho, pois me anima muito entusiasmo e fé nos resultados, muita esperança de que terei apoio de mulheres e homens, e a crença de que posso contribuir, pois a experiência profissional e a vivência humana foram longos caminhos a me mostrar que é necessária sim essa atenção especial a cada uma e a todas as magistradas”, explica.
Sobre planos para sua atuação, a desembargadora garantiu que oportunamente serão divulgados planos de ações, que em fase inicial abordarão a articulação institucional com o poder público e entidades da sociedade civil, que mostrem preocupação com a participação e valorização das mulheres na sociedade; comunicação e diálogo próximo com todas as juízas visando obter sua participação nas ações associativas.
Estão nos planos da nova diretora ações para valorizar cada juíza em sua individualidade e incentivar a união de todas em torno de objetivos associativos; iniciar um "diagnóstico da realidade" para reconhecer as dificuldades que prejudiquem acessos e oportunidades das magistradas aos espaços onde legitimamente pretendam atuar, e apoiar iniciativas que visem sanar tais obstáculos.
“Quando ingressei há décadas na magistratura, nós magistradas, éramos pouquíssimas, menos que os dedos de uma mão, e seria tão necessária uma Diretoria da Mulher para nos valorizar e apoiar, mas não havia. Agora há. Peço neste momento, sobretudo às magistradas que confiem em nossos propósitos, que são imbuídos de boa vontade, mas não terão os resultados esperados se não contarmos com a participação de cada uma. A oportunidade de maior valorização das associadas começa agora, já esperamos muito e não faz sentido esperar mais”, concluiu.