Juiz da Vara de Violência contra a Mulher deixa a magistratura
Os desembargadores do Órgão Especial aprovaram, na sessão desta quarta-feira (17), pedido de aposentadoria do juiz José Carlos de Paula Coelho e Souza, da 2ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Capital. Assim, ele encerra uma carreira de 30 anos de trabalho dedicados à prestação jurisdicional.
Alguns integrantes da magistratura surpreenderam-se com o pedido aposentadoria, por considerarem que José Carlos tinha muito ainda a contribuir na difícil missão de distribuir justiça. Outros entenderam o sentimento de dever cumprido com a sociedade e a vontade de se dedicar à família.
Para o juiz Djailson de Souza, José Carlos é um homem de muita lealdade, vocacionado para ser juiz por ter a medida do justo. Os dois se conhecem desde o início da década de 80, quando José Carlos trabalhava no Banco do Brasil e Djailson era magistratura.
“Como tantos colegas, ele percorreu o interior do Estado e conhece as dificuldades da população. Nos últimos anos, a frente de uma das varas de violência doméstica da Capital, desenvolveu trabalho reconhecido pelos demais profissionais do direito que atuam nessa área. É um juiz sério, competente, muito discreto, muito bem quisto pelos colegas e pelos aplicadores do direito. Ele cumpriu seu dever e tem agora outros planos. Da Amamsul ficam os votos de felicidade, saúde e o desejo que novas conquistas venham na vida dele”.
O Des. Paschoal Carmello Leandro, presidente do TJMS, reconheceu o saber jurídico do juiz e a sensatez de suas decisões que farão falta aos jurisdicionados, mas respeita a decisão de aproveitar mais tempo com a família.
“A história de vida do juiz José Carlos é de muita batalha, muita dedicação e entristece-nos decisões de aposentadoria, mas fica a certeza que servirá de exemplo para os que ora iniciam na carreira. Magistrado dedicado, ele fará falta. Desejamos que seja feliz com a nova fase”, disse o magistrado.
Currículo - José Carlos de Paula Coelho e Souza é paulista de Assis, cidade do interior de São Paulo, e ingressou na magistratura sul-mato-grossense em maio de 1989, na 3ª circunscrição, após ser aprovado no XII concurso de provas e títulos.
Em março de 1993, uma promoção o levou para a comarca de Aparecida do Taboado. Por remoção a pedido, em julho de 1993, passou a judicar em Angélica. Uma nova remoção levou-o para a comarca de Deodápolis em novembro de 1996.
Foi promovido, em outubro de 1999, para a 1ª Vara de Fátima do Sul, comarca de segunda entrância. Foi diretor do Foro mais de uma vez. Em abril de 2003, foi novamente promovido para a 2ª Vara de Dourados. Uma nova remoção trouxe o juiz para a comarca de Campo Grande, de entrância especial onde, desde então, judica na da 2ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Na Capital, integrou a Turma Recursal.