"EU, JUÍZA" apresenta uma magistrada de Vara de Família da Capital
A última edição de agosto do “EU, JUÍZA” traz uma magistrada que atua na área de família, profissional centrada e, ao mesmo tempo, delicada. Uma juíza querida por todos, discreta e conhecida pela qualidade da prestação jurisdicional com que atende a população. Conheça a juíza Larissa Castilho da Silva Farias.
1) Qual a data de seu ingresso na magistratura?
10 de agosto de 2001
2) Está em exercício ou já se aposentou?
Em exercício
3) Como foi sua posse?
Inesquecível. Tomei posse com mais 12 colegas. Familiares próximos, em especial meus pais, minha irmã e minha sobrinha, estavam presentes e orgulhosos. Destaque para o olhar realizado do meu pai.
4) Como foi seu primeiro dia de juíza?
Iniciei em Campo Grande, designada para auxiliar como juíza substituta na 8ª Vara Cível. Percebi desde então que o concurso, apesar de árduo, não teria sido a etapa mais difícil, haveria pela frente muito trabalho, muita luta e principalmente muito o que aprender.
5) Qual foi seu dia mais feliz de magistrada?
Pergunta difícil, não consigo destacar apenas um dia. Acredito que sou abençoada por ter escolhido uma profissão que me realiza e permite lidar com pessoas, o que me proporciona amadurecimento para a vida.
6) Qual foi a ação mais significativa ou decisão mais marcante da qual se orgulha?
Trago duas, dentre várias que me marcaram: uma adoção internacional de irmãos, cujos pais tinham sido assassinados por um familiar na presença deles. Quando chegaram ao fórum, para conhecer a nova família, eu os recebi para explicar sobre o ato e perguntei se haviam trazido os seus pertences, quando um deles me respondeu apontando para uma pequena mochila: "Isso é tudo que temos na vida". Eu, claro, fiquei muda e passou um filme em minha cabeça sobre o histórico deles. A adoção, contudo, foi um sucesso e trouxe vida nova àqueles irmãos, que ainda puderam ficar pertinho um do outro.
Em outro caso, uma menina que foi adotada após um processo em que anteriormente teria ocorrido uma tentativa de adoção frustrada. Um tempo depois, voltou ao fórum, foi até minha presença, me abraçou e disse: "Obrigada por ter conseguido uma mamãe tão linda para mim". Aquelas palavras, vindas de uma criança que estava nitidamente feliz, fez tudo valer a pena...
O que me faz citar essas situações é o encanto de perceber a facilidade com que esses "pequenos" se adaptam e se transformam ao receber amor verdadeiro.
7) O que mais a comoveu na atuação como juíza?
A atuação na Infância e Juventude, onde tive minhas maiores realizações e maiores frustrações.
8) Qual seu sonho de magistrada?
Ser sensível para não ser injusta.
9) O que gosta de fazer no tempo livre?
Ficar com minha família, curtir meus filhos e meu marido, viajar.
10) Qual seu desafio pessoal e/ou profissional mais relevante?
Ser feliz e ter sabedoria para fazer diferença na vida de alguém.
11) Cite uma mulher inspiradora, brasileira ou não.
Carmen Castilho da Silva, minha mãe e meu exemplo de vida.
12) Cite uma mulher inspiradora que exerce ou exerceu um cargo no Poder Judiciário, Executivo ou Legislativo do Brasil, em qualquer (esfera municipal, estadual ou federal).
Ministra Ellen Gracie Northfleet.
13) O que diria hoje numa frase a uma mulher que quer ser juíza?
Sim, você pode, apenas não desista.
14) Diga uma frase que a define como mulher magistrada.
"Dai-me, Senhor, a perseverança das ondas do mar, que fazem de cada recuo um ponto de partida para um novo avanço". (Gabriela Mistral).