Exposição mostra trabalho da Execução Penal de Dourados
Uma feira preparada pela Vara de Execução Penal de Dourados está atraindo a atenção de quem passa pelo Fórum daquela cidade. Os trabalhos, produzidos por detentas que cumprem pena no município, estarão expostos no átrio do Fórum até o dia 27.
Aberta nessa segunda (25), a feira é uma oportunidade de mostrar o trabalho de integração social que o Poder Judiciário de MS e a promotoria têm feito em Dourados para essas mulheres.
Titular da 3ª Vara Criminal, que responde pela Execução Penal, o juiz César de Souza Lima ressalta que esses projetos foram iniciados há alguns anos pelo Judiciário da comarca de Dourados, em parceria com o Ministério Público também da Execução Penal, objetivando a integração das internas.
“Destinamos recursos da Execução Penal em cursos profissionalizantes para as presas, permitindo que tenham uma atividade rentável quando voltarem ao mercado de trabalho. Exemplo disso é a aquisição do estoque de uma loja, que fechou as portas, de produtos para bijuterias. As detentas participaram de aulas ministrados por professoras e voluntárias e passaram a fabricar itens para venda. E mais: o valor da venda das bijuterias é repassado para as presas e para custear novos cursos, além da compra de materiais”, explica Cesar.
As bijuterias citadas pelo juiz são apenas uma parte do material exposto. Os trabalhos abrangem também objetos em MDF, artesanato de bonecas (item dos mais procurados), crochê, cerâmicas e produtos alimentícios, como legumes e hortaliças cultivados pelas reeducandas, plantas ornamentais e medicinais.
Quem visita a feira poderá observar ainda o trabalho das detentas na confecção de perucas. Estas são apenas para exposição, pois são doadas para mulheres que enfrentam o tratamento contra o câncer.
“O curso para confecção das perucas foi totalmente custeado pela execução penal e o cabelo é resultado de doações. Depois de prontas, as perucas são doadas e auxiliam a elevar a autoestima dessas mulheres em tratamento. Na verdade, as perucas têm grande impacto na vida de quem perde o cabelo com o tratamento do câncer. E as mulheres as recebem a custo zero. Um trabalho verdadeiramente social”, esclarece o juiz.
Dentre as propostas financiadas com valores resultantes de penas alternativas está o de confeccionar perucas para crianças que enfrentam tratamento contra o câncer. O juiz não adiantou muitas informações, mas as presas do regime aberto serão as responsáveis pela execução desse projeto.
“A ideia é transformar em realidade projetos da Execução Penal que permitam ao reeducando utilizar seu tempo no cárcere para aprender um novo ofício e gerar renda. Para as mulheres, as ações visam capacitá-las, motivá-las e até mesmo despertá-las na descoberta de novas habilidades – até mesmo dando um sentido em suas vidas”, concluiu.
Os detentos dos presídios masculinos serão os próximos a terem a oportunidade de trabalho e aprenderão uma profissão. Para eles estão sendo preparados os projetos de confecção de roupa íntima com enchimento, curso de eletricista em residência e plantação de horta orgânica.
As artesãs cumprem pena nos Estabelecimento Penal Feminino de regime aberto, semiaberto assistência à albergada de Dourados. Quem deseja conhecer e adquirir produtos, pode visitar o Fórum que fica na Av. Presidente Vargas, 210, no Jardim América.