Projeto ressocializa presos na comarca de Sonora
"Nem todas as comarcas do interior têm local adequado para o cumprimento de pena privativa de liberdade nos regimes aberto e semiaberto em decorrência de condenação criminal. Temendo que a falta de estrutura resulte em inefetividade na execução destas penas, uma proposta está facilitando a ressocialização dos reeducandos na comarca de Sonora: o Projeto Novas Lentes, Novo Olhar".
Assim, com o objetivo de conferir a efetividade ao cumprimento da pena privativa de liberdade nos regimes semiaberto e aberto, especialmente no tocante à finalidade ressocializadora da pena, surgiu o projeto – uma iniciativa do Conselho da Comunidade de Sonora, com apoio dos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, Defensoria Pública, Ministério Público, OAB, Polícias Civil e Militar, Conselho de Segurança e outros órgãos e entidades locais.
Segundo o juiz Francisco Soliman, que atua naquela comarca em substituição legal, pelo projeto, uma das condições obrigatórias para o cumprimento da pena nos regimes semiaberto e aberto é a participação em reuniões periódicas, convocadas pelo Conselho da Comunidade e realizadas na Câmara Municipal".
“Nestes encontros, são realizadas dinâmicas em grupo, com a orientação de psicóloga, e discutidos temas de interesse dos reeducandos, especialmente que versem sobre direitos e deveres. Em cada reunião um profissional de área diversa explana sobre assuntos que permitam ao reeducando refletir e ter uma nova perspectiva de vida. No primeiro encontro, o tema da palestra foi sobre empreendedorismo, ministrado pelo advogado Helder Luiz de Campos Soares”, explica.
Soliman ressalta que, além da ressocialização, o projeto tem por objetivo auxiliar na diminuição dos índices reincidência e, consequentemente, aumentar os níveis de segurança na cidade, e destaca também que todos os envolvidos no projeto são voluntários, lembrando que são utilizados recursos existentes na comunidade local.
"As reuniões visam ouvir os reeducandos, a fim de conhecê-los, entender seus dilemas, sensibilizá-los e permitir que repensem suas condutas e reflitam sobre os motivos que levaram à condenação, permitindo, com isso, que possam ser reinseridos positivamente na sociedade”, completou o juiz.
Participam do projeto de 20 a 25 detentos, que esperam ter retirado o estigma de condenado ao mesmo tempo em que são positivamente inseridos na sociedade.