“Eu, Juíza” apresenta mais uma magistrada
Nesta semana, dando continuidade à ação "Eu, Juíza", desencadeada pela Diretoria da Mulher da AMAMSUL, mais uma mulher magistrada revela um pouco de sua trajetória, pensamentos e visão do mundo.
Assim, apresentamos "EU, MARIEL, JUÍZA", homenageando a mulher que há um ano deixou a tranquilidade do interior para judicar na Capital, educa dois filhos adolescentes e tornou-se maratonista. Conheça a magistrada.
Mariel Cavalin dos Santos
1) Qual a data de seu ingresso na magistratura de MS?
Posse em 04.11.1999
2) Está em exercício ou já se aposentou?
Em exercício. Titular da 16ª Vara Cível Residual na comarca de Campo Grande.
3) Como foi sua posse?
Fomos aprovados em nove colegas: quatro mulheres e cinco homens.
4) Como foi seu primeiro dia de juíza?
Minha primeira comarca foi Inocência. Fui muito bem recebida pelo colega Flávio Saad Peron, que se deslocou de Paranaíba a Inocência para participar de minha posse na comarca, da qual também participaram alguns familiares, inclusive meus pais e os servidores daquela comarca. A solenidade contou com discurso do colega, o meu e as boas vindas dos servidores. Foi uma experiência fantástica que trago até hoje na memória.
5) Qual foi seu dia mais feliz de magistrada?
O dia em que me tornei magistrada. Todos os dias, na verdade, pois sou grata pela conquista.
6) Qual foi sua ação mais significativa, ou sua decisão mais marcante da qual se orgulha?
Ação de integração com as escolas nas comarcas, por meio de palestras proferidas aos alunos sobre diversos temas, visando prestar informações relevantes para o desenvolvimento social e acompanhamento de situações excepcionais de comportamentos dos alunos, além de inclusão dos pais.
7) O que mais a comoveu na atuação como juíza?
A falta de estrutura para acolhimento de crianças e adolescentes em situação de risco, na época em que fui juíza da Vara da Infância e Juventude no interior
8) Qual seu sonho de magistrada?
Pacificação social concreta.
9) O que gosta de fazer no tempo livre?
Estar com a família, correr no parque e viajar.
10) Qual seu desafio pessoal e/ou profissional mais relevante?
Atualmente, cumprir metas estabelecidas pelo CNJ e a prestação da tutela jurisdicional com qualidade, em tempo razoável.
11) Cite uma mulher inspiradora, brasileira ou não.
Não há apenas uma mulher inspiradora na minha vida: todas as que me antecederam são fontes de inspirações, sejam da minha família (avó, mãe e tias) ou não (amigas, magistradas e operadoras do direito), pois mesmo na adversidade se mantiveram firmes e com sabedoria superaram as dificuldades postas, para que minha geração desfrutasse de uma liberdade e respeito mais expressivo na sociedade.
12) Cite uma mulher inspiradora que exerce ou exerceu um cargo no Poder Judiciário, Executivo ou Legislativo do Brasil, em qualquer esfera (municipal, estadual ou federal).
Ministra Ellen Gracie Northfleet, a primeira mulher a integrar o STF.
13) O que diria hoje em uma frase a uma mulher que quer ser juíza?
Seja perseverante nos estudos, confiante em seu potencial e, ao atingir o resultado, não perca a serenidade.
14) Diga uma frase que a define como mulher magistrada
A exaltação do amor dita por Santo Agostinho: “Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos”.