Nome de área gourmet homenageia o juiz Rubens Witzel Filho
Nesta quinta-feira (15), como último ato na presidência da AMAMSUL, o juiz Giuliano Máximo Martins descerrou a placa do Espaço Gourmet, que homenageia o juiz Rubens Witzel Filho, falecido no dia 22 de dezembro de 2020, aos 52 anos.
Nascido em Sorocaba, interior paulista, Rubão – como era carinhosamente conhecido – era titular da 8ª Vara Cível de Dourados. Ao falecer repentinamente, ele deixou não apenas a esposa Samira e os filhos Arthur e Vitor, mas toda a magistratura sul-mato-grossense consternada.
Amigo de todos, Witzel era sempre prestativo e alegre. O juiz Márcio Rogério Alves era amigo de Rubão desde 1998, quando trabalharam juntos no TJSP. “Éramos assessores de desembargador, cada um em um gabinete. Quando almoçávamos no restaurante do prédio do TJSP, sua presença era motivo de festa para os frequentadores”, lembra.
Rubens o convidou para prestar a magistratura em Mato Grosso do Sul e, no início, Márcio relutou porque sabia que as provas de MS eram as mais difíceis do país. “Rubão dizia que era o nosso futuro e insistiu, então fizemos a inscrição e viemos para MS prestar o concurso. Foram quase três meses de provas e fomos sendo aprovados nas respectivas fases. Quando do sorteio dos itens do edital (eram mais de 20) para a prova oral, tiramos o mesmo número (13). Parecia estarmos predestinados à aprovação”, relatou.
Márcio garante que Witzel continuou o mesmo amigo de sempre, com jeitão de ogro, mas com um coração enorme. “Em poucos minutos era capaz de tornar-se amigo íntimo de quem acabara de conhecê-lo, sempre encontrando algo em comum, geralmente relacionado à culinária. Era exímio chef de cozinha. Variava do bacalhau à Gomes de Sá a uma costela pantaneira. Em todos os cursos e encontros de juízes sempre se prestava a ser o cozinheiro ou churrasqueiro, reunindo um grande número de amigos ao seu redor”, rememora o amigo.
A juíza Ana Carolina Farah Borges da Silva, da 1ª Vara de Família e Sucessões de Dourados, conheceu Rubens logo que passou no concurso, em 2001. Ela substituía nas férias e conta que desde o início teve grande admiração por seu trabalho, que classificou de rápido, certeiro, diligente.
“O pessoal sempre brincava que, se deixasse, o Rubens acabava com a comarca, de tanto e tão rápido que trabalhava. Como pessoa, para nós sempre foi o Rubão, amigo, disponível, prestativo. Judiava dos colegas quando postava no grupo, na hora do almoço, as fotos das comidas elaboradas que fazia quase todos os dias. Deixou muitos amigos e admiradores, por seu trabalho e pela pessoa querida que era”, garantiu Ana Carolina.
Outra a trabalhar com Rubens, a juíza Daniela Vieira Tardin lembra de Rubão como um grande companheiro, um juiz brilhante, com uma retórica incrível. “Ele gostava do que fazia e deixava isso claro. Um pouco antiquado nas pautas mais atuais, adorava provocar as mulheres na questão feminista; mas era apenas ele, sendo jocoso e implicante. O cara com quem eu amava discutir... Deixou saudades”, garantiu Daniela.
Em um discurso rápido, Giuliano lembrou que a morte de Rubão surpreendeu a todos e deixou a magistratura de MS muito triste, já que o colega era admirado e bem quisto por onde passou. “Seja como amigo ou como magistrado, o Rubão marcou a vida de quem conviveu com ele. Não há como não se emocionar ao falar de tão estimado magistrado. Sempre haverá uma boa história desse amigo querido para se contar. Essa homenagem que prestamos hoje, dando seu nome a este espaço é muito justa. O Rubão sempre fará parte da família AMAMSUL”, afirmou.
O filho Arthur, com a esposa e o neto de Rubão que tem o nome do avô, descerrou a placa junto com Giuliano e emocionado agradeceu à AMAMSUL pela homenagem.