Desa. Dileta Terezinha Souza Tomaz se aposenta e completa 75 anos de vida
Há pouco mais de uma semana a Desa. Dileta Terezinha Souza Thomaz deixou suas atividades no TJMS, pois lhe foi concedida a aposentadoria, a pedido, por ato do Presidente do TJMS, Des. Sérgio Fernandes Martins, através do Diário da Justiça do dia 02.10.2023 - Portaria n.º 1175/2023. E nesta semana completou 75 anos de vida. Para homenageá-la, a Amamsul ouviu alguns associados.
Breve histórico: a Desa. Dileta Ingressou na magistratura sul-mato-grossense em janeiro de 1989, após aprovação no XI Concurso de Provas e Títulos, judicando, inicialmente, na comarca de Anaurilândia. Em 1991, por remoção, passou a judicar em Deodápolis. Em outubro de 1994, foi promovida para Ponta Porã, comarca de segunda entrância. Uma nova promoção em junho de 2000 levou-a para a 6ª Vara Cível de Dourados. Por remoção, no ano seguinte, assumiu a 1ª Vara Criminal. Em agosto de 2011, por remoção, titularizou-se na 7ª Vara Cível de Dourados. Foi diretora do Foro e integrante de Turma Recursal. Tomou posse como desembargadora em 03 de outubro de 2018.
Com a transferência para a inatividade foram inúmeras as manifestações de carinho e gratidão pelo exemplo e postura ao longo de tantos anos nos quadros do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
A juíza Ana Carolina Farah Borges da Silva da 1ª Vara de Família e Sucessões de Dourados/MS definiu a Desa. Dileta com as seguintes palavras: “Conheci a Desa. Dileta quando eu estava na Comarca de Fátima do Sul, e ela já atuava em Dourados. Desde o início, sempre me tratou com muito carinho e amizade, sempre pronta a dar valiosos conselhos e dicas para a colega ainda iniciante. A Dileta foi e continua sendo um exemplo para mim, mulher forte, corajosa, que abriu caminho para as outras mulheres que ousaram sonhar com a carreira da magistratura, num tempo em que era predominantemente exercida por homens. Na Vara Criminal, atuou em processos difíceis, com grande repercussão social, e nunca se deixou abalar pelas pressões sofridas. Mulher admirável, juíza destemida, colega leal e prestativa. Com a carreira coroada pela ascensão ao Tribunal de Justiça, onde manteve sua atuação firme e sua postura irrepreensível. Espero que tenha uma ótima aposentadoria, com saúde e alegria para viver os momentos de paz e descanso. Seu exemplo estará sempre vivo em minha memória e no meu coração”.
O ex-presidente da Amamsul e atual vice-presidente da AMB, juiz Fernando Chemin Cury descreveu a homenageada com seguintes palavras: “A Desa. Dileta é natural de Santo Ângelo/RS, veio para o Estado em 1989 quando foi aprovada no Concurso Público de Provas e Títulos para a magistratura sul-mato-grossense. Viveu intensamente o nosso Estado, a nossa cultura, aqui criando seus filhos e deixando, por cada local que residiu, um pouco de sua sabedoria, ternura, altivez e firmeza na construção de uma sociedade mais justa e plural. Passou por diversas cidades de Mato Grosso do Sul, como Anaurilândia, Deodápolis, Ponta Porã, mas foi em Dourados que viveu o maior período de sua carreira, judicando nas 6ª e 7ª Varas Cíveis e 1ª Vara Criminal daquela Comarca, até ser promovida ao cargo de Desembargadora do TJMS em 2018, coroação essa que se lastreia no trabalho árduo e dedicado a solucionar, com amor e atenção, as angústias e os anseios que lhe foram apresentados durante os 34 anos de carreira. Mulher tenaz, comprometida, afável e amiga, pautou toda sua trajetória por muita sobriedade e cuidado com o próximo. De poucos sorrisos, mas de uma sinceridade e lealdade tão importantes na biografia de uma cidadã à sua altura. A reflexão que fica é: Qual o sentido da vida? Podemos dizer que ela é o intervalo entre a dádiva concedida por Deus com o nascimento e o seu chamado para a vida eterna. Nesse plano, há pessoas que simplesmente passam e outras que deixam saudades. No curso de sua trajetória profissional, a Desembargadora deixará saudades pelo exemplo que foi, do início ao fim, de uma magistrada sensível aos problemas alheios, comprometida com seu dever de isenção e amorosa com todos os colegas e amigos. Inaugura-se, doravante, um novo estágio de sua vida, onde poderá continuar semeando amor, dedicando-se à família e trilhando o bem, como sempre o fez na magistratura sul-mato-grossense. Seja feliz, querida Desa. Dileta, na certeza que a AMAMSUL – Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul, a par de orgulhar-se de tê-la em seus quadros, estará sempre à disposição para os novos desafios que se avizinham.”
A juíza Katy Braun recorda-se de que “no início da carreira, ao proferir uma sentença penal condenatória em audiência, foi confrontada de forma ameaçadora por um réu e buscou conselho com a desembargadora, então juíza de Dourados, com experiência na judicatura criminal em Ponta Porã. Foi acolhida por Dileta que falou da importância de julgar a conduta e não a pessoa do acusado, os quais ela contou que tratava formal e respeitosamente de Vossa Senhoria. Foi uma lição para a vida que norteou todo o seu relacionamento com acusados e norteia até hoje o trato com os pais que descumprem seus deveres familiares.”
Para a atual presidente da Amamsul, juíza Mariel Cavalin dos Santos, a Desa. Dileta representa a coragem e a serenidade de integrantes vocacionados para o desempenho da magistratura: “me lembro no início da carreira em um encontro casual na sede campestre da Amamsul quando íamos participar de um curso, a Desa. Dileta, pacientemente, me relatou algumas situações vividas por ela e que também balizaram meu comportamento ao longo dos anos. Desejo que agora a Desa. Dileta encontre outras metas a serem atingidas, tenha mais tempo para a família e que não se esqueça das grandes contribuições que prestou ao judiciário sul-mato-grossense através de seu trabalho e seu exemplo Que se aposente das atividades jurisdicionais, mas não das amizades que construiu e que cultiva na magistratura.”