Novo corregedor do CNJ quer discrição nas investigações
O novo corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, empossado no dia 6 de setembro, prometeu uma
mudança de rumo nas investigações contra magistrados suspeitos de irregularidades. Ele adiantou aos desembargadores do TJSP que, agora, as investigações correrão em silêncio.
Falcão afirmou, durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que atuará com "mão de ferro" no cargo, mas indicou que só investigará magistrados se as corregedorias dos tribunais locais não abrirem processo. A tese vai ao encontro do que propunha o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Cezar Peluso - que, no comando do CNJ, bateu de frente com a ministra Eliana Calmon.
Perguntado se assim como sua antecessora, não evitará polêmicas, Falcão destacou ter um estilo mais conciliador. “O trabalho da ministra Eliana Calmon será mantido integralmente, mas de forma diferente, porque cada um tem seu estilo. Vou procurar trabalhar em harmonia com as instituições, com o Supremo Tribunal Federal, que está acima do conselho. Evidentemente que esta parceria não tirará a independência do corregedor”, disse Falcão, que já havia dito pretender cumprir sua “missão” com humildade e discrição. Falcão garantiu que não vai quebrar o sigilo de magistrados sem autorizações judiciais.
Nascido em Recife, Francisco Cândido de Melo Falcão Neto, 60 anos, é ministro do Superior Tribunal de Justiça desde junho de 1999. Foi corregedor-geral da Justiça Federal entre 2009 e 2011 e presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região entre 1997 e 1999. Ficará no cargo de corregedor nacional de Justiça pelos próximos dois anos. O CNJ fiscaliza a conduta de membros do Poder Judiciário
Fonte: jornais O EStado de S.Paulo e Correio Brasiliense