Titular do Juizado de Trânsito pede aposentadoria
Os desembargadores do Órgão Especial votaram, na sessão desta quarta-feira (23), o pedido de aposentadoria do juiz
Mário Eduardo Fernandes Abelha, titular da 9ª Vara do Juizado Especial – Juizado de Trânsito em Campo Grande.
Nascido na capital paulista, ingressou na magistratura de Mato Grosso do Sul em junho de 1988 e, dois meses depois, foi promovido para primeira entrância, para atuar na comarca de Costa Rica.
Em maio de 1989, Mário Abelha foi promovido para juiz de segunda entrância e judicou na 1ª Vara da comarca de Nova Andradina. Em fevereiro de 2001, foi promovido para entrância especial, vindo a exercer suas funções na comarca de Campo Grande, onde atuou no fórum central e no Juizado Especial, além do Juizado de Trânsito até solicitar a aposentadoria.
Ao votar o pedido do juiz Mário Abelha, o Des. Divoncir S. Maran fez um discurso que emocionou os presentes. Leia a íntegra do discurso:
“Na oportunidade em que atendemos ao pedido do juiz para aposentar-se, não poderia deixar de registrar a contribuição desse magistrado para a magistratura sul-mato-grossense.
As diferentes gerações de homens públicos que ocuparam postos no Poder Judiciário sempre enfrentaram a angustiante e ingente tarefa de encontrar o caminho que permitisse distribuir a justiça, não friamente, mas combinada com fraternidade e solidariedade, que a traduz em justiça social.
Suas decisões não eram desiludidas, prosaicas de interesses egoístas. Procurava sempre o bom senso (dinâmico) antes de lei (parada) para solucionar os imbróglios processuais diuturnos.
Por este motivo, os eminentes desembargadores desta Corte, assim como juízes e, inclusive advogados que militam em nosso Estado, bem como os membros do Ministério Público, Defensoria e servidores já sentem saudades suas, do legado e lições valiosas de vida.
Paradoxalmente, hoje não parece um dia de despedida, até porque V. Excia continua um autêntico! Autêntico aos valores humanos que nos são mais caros.
Deus lhe proporcionou tantas vitórias e a insigne glória de exercer a judicatura, ainda de concluir com louvor essa honrosa carreira.
Dotado de inteligência ímpar, sempre pautou pela simplicidade e firmeza no trato com os jurisdicionados e colegas, e mesmo com as agruras que a vida lhe reservou com a perda de ente querido – sua filha – em pleno esplendor de sua juventude, isso procurou superar, mas só quem como ele isso passou, base que é tentar, mas não superar o insuperável.
A aposentadoria, embora precoce, far-lhe-á bem. Felicidades, meu amigo”.